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Temporada 02

Colonialismo científico: o que é e como cobrir?

05/05/22

Colonialismo científico

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Giuliana Miranda

Jornalista

 ABSTRACT 

Você já ouviu falar de colonialismo científico? Neste vídeo, a jornalista Giuliana Miranda fala sobre este conceito que tem aparecido cada vez mais nas discussões sobre ética em pesquisa. Jornalistas de ciência devem estar familiarizados com esse conceito para realizar uma cobertura crítica de pesquisas, principalmente na área de paleontologia e arqueologia.

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O jornalismo científico de qualidade vai além da cobertura de novas descobertas. Ética em pesquisa é um tema cada vez mais importante e que deve estar no radar de jornalistas de ciência. Neste vídeo, a jornalista Giuliana Miranda explica o conceito de colonialismo científico.


O termo é usado para descrever a prática de cientistas de países desenvolvidos que produzem conhecimento a partir da exploração de recursos naturais e humanos de países em desenvolvimento.


Na paleontologia, essa prática se dá, por exemplo, quando pesquisadores do norte global adquirem fósseis de outros países e os estudam sem a participação de cientistas locais. A aquisição desses fósseis muitas vezes ocorre de forma ilegal e ignora o conhecimento local a respeito daquele material.


Jornalistas brasileiros devem estar especialmente atentos a esse assunto, já que o Brasil tem sido vítima de práticas colonialistas em diversos campos da ciência.


Indicações de leitura


  • Science: ‘It’s like a second extinction’: Retraction deepens legal and ethical battle over rare dinosaur


  • Folha de S.Paulo: Cientistas fazem campanha para que fóssil de Ubirajara jubatus, novo dino brasileiro, seja repatriado


  • National Geographic: One-of-a-kind dinosaur removed from Brazil sparks backlash, investigation




debate

Como um dinossauro brasileiro despertou uma campanha contra o colonialismo na paleontologia


Em dezembro de 2020, um artigo na revista Cretaceous Research descreveu uma nova espécie de dinossauro: Ubirajara jubatus. Apesar de o fóssil de 110 milhões de anos ter sido coletado no Brasil, nenhum paleontólogo brasileiro tinha ouvido falar dele. Os autores do artigo eram da Alemanha, México e Reino Unido.


Trata-se de um exemplo claro da prática de colonialismo científico. Mas, desta vez, a comunidade científica brasileira resolveu posicionar. Uma campanha no Twitter levou a hashtag #UbirajaraBelongsToBR aos trending topics e contribuiu para que a revista científica cancelasse a publicação do artigo. Agora, o museu alemão onde o fóssil do Ubirajara está localizado está em negociações para devolvê-lo ao Brasil.


O incidente também levou paleontólogos e associações de paleontologia em toda a América Latina a unir forças para acabar com a prática do colonialismo científico. A discussão do tema foi além das redes sociais e hoje está presente em artigos científicos e conferências especializadas.


Saiba mais: How a Brazilian dinosaur sparked a movement to decolonize fossil science


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